terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Em família

E arrumou as malas, se embrenhou com coragem até a rodoviária de sua cidade. Durante o percurso de três horas foi se lembrando do que a havia feito largar sua cidade natal e se aventurar em novos lugares. Percebeu que o amor entre a família agora parecia mais sólido do que outrora. A distância faz bem a todos os amores, assim pensou. Agora se encontravam duas ou três vezes ao ano, na páscoa, no dia das mãe e como regra no natal. E agora para ela o natal fazia mais sentido. Já não haviam aquelas brigas que antecediam a véspera natalina, mas havia sim, a saudade, o desejo de estar perto de quem se ama. Imaginou o amor como algo mutante, e nisso mantinha toda sua razão.A certeza de saber que estava ali porque realmente desejava a deixou mais feliz. Não seriam as circunstâncias que a obrigariam a estar ali, mas sim, um desejo próprio. Se abraçariam, chorariam, iriam rir de qualquer coisa, comeriam, beberiam, cantariam uma melodia natalina, lembrariam a infância, fariam uma verdadeira festa, pais, irmãos, sobrinhos e
quem mais ali estivesse. Uma despedida e toda essa sensação , só no próximo encontro familiar, claro, por desejo próprio.

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