sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Prisão domiciliar

De algum modo, por algum motivo, fui sentenciada a viver em uma clausura. Por razões que fugiram do meu controle, eu de repente me vi ali, aprisionada, sem poder fugir. Minha solidão era quem me vigiava , era minha pior carrasca.
Não podia sair, não tinha como fugir. Inconscientemente eu me punia de algo que não sabia o que. Mas sentia que precisava sofrer. Talvez fosse um jeito de me aliviar de uma culpa. A culpa de não ter sido feliz. De ter deixado tudo o que era bom fugir para sempre. Não havia mais para onde ir. Não havia motivos para ir. Era necessário ficar. Ficar presa, e esperar que , quem sabe, um dia,minha sentença tivesse fim, e a liberdade, enfim, chegasse para mim. E quem sabe o mundo não seria mais tão estranho assim. Quem sabe pareceria que é um pouco bom viver aqui. Que a liberdade está ou não dentro de mim. E que lá fora...bem, lá fora é só um lugar aonde eu posso ir.

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